quarta-feira, março 31, 2004

Isto é São Paulo...
- uma e hora e vinte minutos para andar 7 km...(Marginal Tietê 10:30 da manhã! Isso é hora de engarrafamento?)
- ficar no vácuo na hora de dar o segundo beijinho de seu cumprimento
- um podrão por R$ 5!!! E um misto-quente nas barraquinhas de rua por R$ 3!!!
Por que não me acostumo a falar daquele jeito que a Letticie fala?
Aqui, um dicionário paulistês-carioquês...resumido...

- Farol é aquela estrutura par na frente dos carros. Aquelas luzes vermelhas, amarelas e azuis nos cruzamentos se chamam sinais de trânsito.
- Carta é quando você escreve para alguém. Aquele documento que você precisa para dirigir um carro chama-se carteira de motorista.
- Guia é quem orienta um grupo de turistas. Na borda das calçadas existe é o meio-fio.
- Dormitórios...hum...aqui chamamos quartos. Até porque não costuma servir só pra dormir.
- Bolacha você dá na cara de alguém que mereça. Para comer, biscoitos – doces ou salgados. (Essa é indiscutível, nunca vi uma embalagem contendo “bolachas”).
- Três “real” é compreensível, agora eu faço justiça: três “barão” é que não é!
- Balada eu nunca soube o que era – minha amiga são-paulina (que assim me contaminou) Karina que o diga...Carioca sai é “pra night”.
- Xavecar eu ainda não entendi...Parece que é quando você chega em alguém...
- “Estar acostumado a” alguma coisa, como se diz aí? Aqui no Rio é “ser chegado a”...
- “Vamos combinar”, vocês usam por aí? Aqui é o equivalente mauriçola de “Vô ti dizê”. Ex.: “Vô ti dizê que eu até que sou chegada na night paulistana...sô mermo, cara!”
- Cumprimento básico: “Qualé, cara?” Resposta: “Fala aí, mermão!”
- Ao concluir tarefa complicada: “Ah, muleque!”
- Atualização do “Demorô!”: “Já é!”
- Atualização do “Pergunta se macaco quer banana?”: “Sempre rola” ou “Toda hora”.

Fala sério, né?




terça-feira, março 30, 2004

"Já não sei dizer
Se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar
Tão cansado quanto eu.
Até pensei que era mais
Por não saber que ainda sou capaz de acreditar...
Me sinto tão só
Me dizem que a solidão até que me cai bem...
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir pra algum país distante
Voltar a ser feliz..."
Além de fazer tudo errado sempre, desperdiçar todas as chances de acertar, não só, de não fazer o errado...perder todo o tempo imaginando como tudo seria diferente se tivesse feito diferente...sempre mais do mesmo...

“Contra minha própria vontade, sou teimoso, sincero e insisto em ter vontade própria...”

Eu não acredito em astrologia, destino, essas coisas. Mas queria acreditar nessa coisa do inferno astral. Porque aí teria esperança de que tudo vai se acabar daqui a uma semana. Ou que pese o tal do “um-quarto-de-século-de-vida” e me ensine alguma coisa. Aprendi a esperar, mas não tenho mais certeza. Era tão fácil ir adiante e esquecer que a coisa toda estava errada...

Agora não é mais assim. Não tenho mais sonhos, não sei se posso sonhar. Sempre acabo voltando a este mesmo lugar. Qual caminho deveria ter seguido?

Como seria a vida se a gente não conseguisse se lamentar? E se a gente não conseguisse lembrar? Nunca? Esse negócio de aprender com os próprios erros, quem inventou essa mentira? Só o que se aprende é a sofrer mais antes de cada tomada de decisão.

Não há sensação pior na vida do que aquela de não ter a mínima noção de onde se está e nem de onde se deve – ou se devia – ir...

“Tão cansada que não consigo nem dormir...Desta vez eu realmente me perdi.”

quarta-feira, março 24, 2004

Já sei como o mundo vai acabar!!! Vamos morrer sufocados por gigogas!!!! É sério...se for a mesma que na Rural chamávamos de aguapé, e acho que são, com certeza não temos muito o que fazer...Tiraram toneladas, mas se ficar uma só plantinha...Hum! O tempo de geração delas é menor que o de salmonelas!!! Pensar que há cerca de 3 ou 4 anos (estou velha!) peguei um bote para ir até o centro do lago da Rural coletar sangue dos patos, e agora aquilo não é nem mais um lago, nem um brejo!!! Acabou, os aguapés acabaram com eles!!! E agora chegando até Copacabana...
Outdoor que vi em Big Field, de um curso de línguas: "Aprender espanhol mais fácil, só casando com argentino. Melhor estudar."
Genial!!!

A outra  é mais uma das magavilhas que a Veterinária me proporciona!!! Haha, daria um livro se eu não esquecesse algumas coisas, mas com um pouco de cerveja e um cigarrinho (!) eu vou me lembrando...
Dessa eu lembrei de tanto a Ana falar em portugueses...Lá perto do Pet onde trabalho tem uma lavanderia, cujo dono, Seu Geraldo, é um português que aportou no Brasil aos 22 de idade (não sei quanto tempo faz isso, mas calculo que seja pouco mais novo que meu pai). Ele é bem na dele, mas às vezes pinta na loja, só olha. Conversa apenas com o Renato, o gerente, e animado por este às vezes começa a falar das palavras da língua falada por nossos patrícios bem lá onde ela nasceu...é engraçado!
Pois há algumas semanas, quando Bernardo saiu em lua-de-mel, tive de trabalhar todos os dias...E num dia peguei uma gata enlouquecida, que me arranhou, me sujou e encheu de pêlos inclusive meu jaleco sobressalente. Fui levar para Seu Geraldo lavar...
"Minha filha, que houve???"
"Ah, Seu Geraldo, uma gata doida, vê como arranhou todo o meu braço, minhas mãos..."
"Minha filha..." - Ele olha pra mim com sincera piedade - "Vê se estuda um pouquinho e sai desse lugar, isso aí não é pra você..."
Mal podia acreditar no que estava ouvindo, arregalei os olhos e não sabia se ria ou chorava...
"Hã...Tá bom, Seu Geraldo, mas tenho que trabalhar, né?"
"Mas faz isso, minha filha, estuda mais um pouquinho, faz uma forcinha!!!"
Quase precisei ser carregada para dentro da loja, de volta. Minha chefa e minha mãe quase caíram no chão ao me ouvir contar. No outro dia, fui pegar o jaleco e de novo:
"Minha filha...esse lugar não é pra você!!! Você tinha era que ir pra Portugal e casar com um lindo rapaz português, um homem rico..."
Pelo menos, o motivo alegado foi mais apropriado!!!

segunda-feira, março 22, 2004

Mais uma para o dicionário C.M.A. de superlativos:
Frio = Mais gelado do que cu de foca