terça-feira, junho 20, 2006

"Saudade até que é bom, melhor que caminhar vazio * A esperança é um dom * Que eu tenho em mim... * Eu tenho, sim * Não tem desespero, não * Você me ensinou milhões de coisas * Tenho um sonho em minhas mãos * Amanhã será um novo dia * Certamente eu serei mais feliz..."
(Grande Peninha!)

De repente, a gente vira adulto.

De repente, a gente cresce. Quer dizer, de repente o tempo já passou, e a gente não sabe se evoluiu como ser humano. Aquele vazio que a gente sentia e achava que ia passar ao lado de um amor continua lá. O amor é lindo, mas o vazio não passa. A gente toma as decisões que achava que seriam as mais difíceis de todas - caso ou compro um guarda-chuva? Faço faculdade de Design ou de Física? - e percebe que não foi suficiente.
Será que um dia a gente deixa de se sentir adolescente?
Que fase!!!
Um pouquinho mais de segurança ao tomar decisões não vêm da habilidade de analisar melhor as coisas, mas de saber que os erros já não são mais tão raros e ninguém morre por causa deles. Quer dizer, não todas as vezes.
A gente tem muito mais dúvidas e frustações. Algumas coisas não se pode mais fazer, porque o tempo passou. Colo da mamãe, nem sempre dá pra pedir, né?
Ow! Cadê a parte boa de crescer???
Por que parece que a gente não aprendeu nada, se não estamos mais sob a benção da ignorância e por isso sofremos?
E de repente meu riso de felicidade me soa bobo, bobo. E de repente minhas lágrimas de desabafo se tornam inúteis e infantis. E de repente se deu o crepúsculo da minha existência sem eu ter aprendido a acender a luz.
Tão pequena, no pé da porta, me pergunto: estou mais dentro, ou estou mais fora?
Entro. Mas decididamente, brincar de adulto não é legal.
Quero minha mãe. Quero meu pai.