terça-feira, maio 20, 2003

Ás vezes eu tinha raiva do telefone, quando tinha certeza de que se ele tocasse não seria você. Que eu não tinha sequer a possibilidade de ser surpreendida. Mas hoje não. "Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda a noite de insônia eu penso em te escrever / Pra dizer que teu silêncio me agride e não me agrada ser um calendário do ano passado..." Eu tinha raiva daquele navio que te levava para longe, mas quando ele trouxe você até mim eu passei a venerá-lo e ainda hoje eu olho com nostalgia para aquele que me trouxe esse sofrimento e essa alegria, mas principalmente que nos tornou mais unidos do que eu poderia imaginar. Tolinho, você achou que fosse pelo passeio? Acho que você não tem noção do que significam suas ausências para mim. Estamos certos. Você jamais poderia imaginar o que são, e é melhor que não imagine. Quando vi você chegar naquele dia, depois de tantas horas esperando, sozinha, num lugar completamente desconhecido, onde eu não falava a língua nem conseguia informações que precisava, eu soube porque eu estava ali de verdade. Da minha vida que eu tinha deixado de lado não por aqueles dias, mas por todo o tempo. Tinha valido a pena. Era tudo verdade.

Duas horas depois de sua primeira grande partida, eu tive o que eu precisava para me dar força: a certeza de que eu estaria eternamente apaixonada.

Como você acha que eu poderia ressuscitar cada dia que você não dá sinal de vida??

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