terça-feira, maio 20, 2003

Eu nem falei do fim de semana. Fiquei esperando todo o tempo, sem uma única certeza de onde ele estava. Andando com as coisas que ele poderia precisar para os lugares onde ele poderia ir – e encontrar-se comigo. Falou comigo algumas vezes, sem ter certeza de onde estaria no minuto seguinte. “Vou chegar de madrugada”, garantiu, e eu esperei. Não chegou. “Talvez eu chegue mais tarde, me encontre se puder.” Arrisquei ir. Não tem uma vez que eu faça essas coisas que eu não ouça: “Eu não serviria para esta vida”. Eu tenho certeza que sim...Eu posso dizer quem não serviria, mas não posso dizer quem serviria. Você veio tão cansado que se dormir desse trabalho, nem isso faria. Eu fiquei olhando você dormir, afinal tinha ficado a outra madrugada acordada, e dormido durante o dia. Tentei te acordar várias vezes para perceber a minha angústia por você já estar partindo de novo. Foi bom ver que finalmente você descansava, embora eu esteja tão alterada que nem isso consiga. Agora você está longe de novo e eu tenho tanto tempo para sentir saudade!

Eu queria conversar com você agora, mas já que não está, converso comigo. Eu me conto segredos. Eu fantasio a vida que você imagina para mim. Você não acredita que eu pense tanta coisa sobre tuas coisas. Você não sabe que esse blog existe. Eu sei que você não vai gostar. Mas é que a pessoa para quem eu conto meus segredos não consegue mais guardar as coisas só para ela, e diferente do ano passado, não tenho como te falar ou te escrever. Tenho o blog. Tenho a noite. Tenho um amor que transborda. Minha vida por água acima! Literalmente.

Sem comentários: