"Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitoria e perde a gloria de chorar...
Eu que já não quero mais ser um vencedor
levo a vida devagar pra não faltar amor..."
"E eu que já não sou assim,
muito de ganhar
Junto as mãos ao meu redor,
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz..." (Los Hermanos - "O Vencedor")
Aliás, falar no Mengão... Bem, pra quem não sabe, eu fui daquelas beeem doentes por futebol! Escalava todos os times do Rio de Janeiro, vestia a camisa em dias de jogos, escrevia o placar e os gols na agenda (quem me conhece sabe que minhas agendas eram uma coisa, descrição completa e ilustrada da minha vida!), cheguei a escrever "Sávio" na testa com lápis de maquiagem, antes de ir pra escola (e eu já estava no terceiro ano do 2º grau!), depois de um jogo em que ele havia marcado três gols... Hoje estou beeem longe disso, apesar de comentar e criticar como nenhuma outra mulher... O fato é que...olhando, ninguém diz que fui assim! Aliás, ninguém diz que eu fui muitas coisas...lá na loja, outro dia, ficaram chocados quando a Graziela, trabalhando em meu lugar, contou que eu era bailarina clássica. Foi uma surpresa geral! Dessa vez, a Andréa contando que tinha ido à final...contei de uma experiência única que tive no Maraca...
Aconteceu em 94... Decidimos ir a um jogo de última hora...chegamos uns 20 minutos atrasados e, imagina, fomos procurar lugar entre a Jovem e a Raça!!! É claro que, ao passar na frente de muitos que estavam sentados, logo a galera começou a gritar: "Piranha, Piranha, Piranha..." Eu e Aninha paralisadas, tão inseridas na emoção daquele momento que ela me puxou pelo braço e disse "Aaaaaai, que emoção, já sentiu a Raça gritando pra você antes???"
Posso dizer que foi uma experiência única, a torcida do Flamengo me chamando de "Piranha"!
Flamenguistas, graças à Deus!
Minha sobrinha está com 1 ano e 4 meses, a idade mais gostosa!!! Na quinta passada, meu cunhado contava das gracinhas que ela aprendeu a fazer desde a última vez que a vimos (há uma semana, hehe!). Mostrou ela falando "lápis de cor" (coisa mais gostosa!) e "lagartixa", muito engraçada, posto que ainda está na fase das duas sílabas. Contou das brincadeiras, de como responde perguntas, do que cada um ensinou a ela.
"- Eu só não sei" - ele concluía - "quem ensinou ela a cantar 'Poeira'..."
Não acreditei na incrível capacidade de retenção de aprendizado desta criança e fui obrigada a confessar, orgulhosa: "Ah...fui eu...naquele dia da final do Carioca...mas eu não pensei que ela fosse aprender, vocês deixaram ela comigo tão pouquinho naquele dia..."
Meus compadres, ele, botafoguense, ela, vascaína, não podiam acreditar. Graziela dizia: "Viu, eu falei que era perigoso deixar ela perto da Paula naquele dia..."
Não fiz nada! Me deram ela no colo, o jogo já terminado, eu virei a menina para a TV e apontei: "Olha, a festa do Mengão!"
Quando começou a mostrar a festa da torcida, a menina deu um suspiro e abriu o maior sorriso do mundo! Daí, eu pude entender o que não se pode lembrar: não há reação como aquela de quando a gente vê a "magnética agradecida" pela primeira vez...
Não espero que ela vá se tornar flamenguista, já que tem pouco contato comigo e sou a única que poderia salvá-la. Mas entendo o que chegou a encantá-la.